quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Como enfrentar a guerra híbrida?

Com a mídia de massa submetida ao poder financeiro global, observamos as quedas de governos, um por um, que valorizavam a soberania nacional, isto é, ofereciam qualquer mínima resistência à dependência econômica dos países dominantes. São os casos de Ucrânia, Tunísia, Síria, Tailândia, Honduras, Paraguai, Argentina e Brasil.

Por outro lado, há forte tentativa de destruição, através do constante ataque à moral, dos governos da Rússia, da Turquia, da Venezuela e do Irã, além de setores da China. Não estão expostos à mesma intensidade de ataque os “inimigos” Coréia do Norte e Cuba porque não entraram em peso na cadeia de consumo ideológico mais eficiente da história para atingir as massas: a seletiva (embora aparente livre e abundante) oferta de informação pelas tecnologias da informação e da comunicação (TICs). 
 
Agora, vislumbramos mais uma tentativa de golpe, desta vez nas Maldivas.
 
É evidente o impacto da guerra não convencional, a chamada guerra híbrida. A pergunta que fica é: como enfrentá-la? Só vejo um jeito: que nos apropriemos da programação das TICs, que tratemos de controlar os fluxos informacionais, que abandonemos o estilo de consumo da informação que já vem pronta. Precisamos reinventar nosso modo de formar opinião por meio da adoção de práticas maker e difundindo conhecimento crítico e de resistência sobre -- e pela -- tecnologia. Chega de bots controlando o conteúdo que vamos acessar, chega de grandes conglomerados midiáticos nos enfiarem goela abaixo, porém indolor e subliminarmente, a opinião triturada e pasteurizada que forma o senso comum e o efeito manada, numa corrente favorável aos interesses do capital. Despertemo-nos, pois a nova onda de golpes impõe uma nova agenda para a esquerda, uma agenda cibertecnológica. E é um caminho sem volta.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Abstinência

Há algum tempo decidi que não tenho tempo para escrever. Como se fosse uma escolha, fugi de mim a bordo da mais tosca filosofia liberal burguesa que, como música de fundo de supermercado parasitando a mente, me fez de ventríloquo: faço o que decido fazer, é minha opção.

Que ilusão! Não posso decidir não escrever. Isso não dá. É como decidir não ser eu.

O blog iniciado em junho de 2013, o golpe de Estado em 2016, muita violência recheando, baseando e cobrindo tudo, como sempre. É muita prova de resiliência e a vida se revelando, se abrindo, e eu aprendendo e crescendo... o contínuo parto de mim mesma. 

Fiz 30 anos. E só queria dizer que ainda amo e continuo tendo uma imensa capacidade de amar. Que não escolho, mas preciso seguir pelo caminho mais difícil, o caminho de ser. E, assim, preciso escrever.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Homens irresistíveis


Homens irresistíveis é expressão redundante. E ai de quem discordar: "mal amadas!", dirão. Afinal, desde que o mundo é mundo é assim, é a natureza.

Naturalmente, eles tomam as decisões com a cabeça fria, são os caçadores. Nós, seres emocionais ao extremo, estamos sempre apaixonadas e loucas para casar com eles. Como não?

Naturalmente, eles brincam de nos chantagear e de nos escravizar moralmente com rótulos de "de família" ou "puta". Facilita, né?

Naturalmente, alimentam nosso grande sonho de estarmos casadas com eles jogando suas migalhas de amor em jogos emocionais egoisticamente calculados. Ah, alguém tem que manter o controle!

Naturalmente, devemos nos sujeitar e tolerar/aceitar quase tudo para não perdê-los. Eles são mais imaturos mesmo, só precisamos dar tempo ao tempo.

Naturalmente, nos embelezamos para atraí-los e conquistá-los. É Darwin, darling!

Naturalmente, batalhamos por eles e competimos entre nós por isso. O mercado não está fácil, já viu a quantidade de gay?

Somos mães (é instintivo) e naturalmente eles, os machos, que nos protegem. Biologia explica tudo.

Naturalmente falamos demais, queremos sua atenção e somos carentes. Simplesmente o óbvio!

Eles, é natural, são os líderes. O jeito da mulher não é compatível com a liderança.

Desde que o mundo é mundo é assim. Só não nos estupram mais porque não merecemos. Ai, também não exagera, pegou pesado!

#EvoluçãoTôTeEsperando


sábado, 27 de dezembro de 2014

Valor humano

Hipótese: inerentemente, somos todos inúteis e não há nenhum valor absoluto em ser humano. Nossa utilidade e nosso valor só acontecem em relação, daí a necessidade de sermos notados e vermos reconhecida nossa importância no mundo. Sem conexão, através de relação, não temos valor.

Como autoconhecimento é matéria que não consta do currículo escolar (suponho que não por acaso), esse aspecto central de nossas vidas permanece invisível, dando espaço para o triunfo do "parecer ser". Modelos prontos de felicidade são oferecidos pela sociedade do espetáculo para quem não se dá o trabalho de verdadeiramente ser, bastando parecer ser.

De curtidas no Facebook a todo tipo de ostentação de um padrão de vida, tudo é produção de imagem para seduzir outras pessoas. No fundo, são tentativas de amar e ser amado/a.  

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Viva la revolución!


Vontade de fazer uma festa e dançar até amanhã para comemorar hoje, este dia histórico para a revolução!

"Cuba sofreu o mais brutal bloqueio da maior potência bélica, não cedeu em nada, todos os países foram reatando relações, até que os próprios EUA tiveram que ceder. Cuba venceu o bloqueio de forma soberana!" Emir Sader.

É emocionante viver para ver isso acontecer. Avante, que ainda é começo.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O valor da educação

Em uma sociedade capitalista, a origem e o fim de muitos problemas passam pela questão econômico-financeira, como é o caso da educação no Brasil. Parece óbvio, mas há quem, para minha surpresa, argumente que o grande gargalo do sistema de educação brasileiro não é de ordem orçamentária, mas sobretudo de gestão.

Insisto que o ponto de partida pragmático da crise na educação, agravada pelo federalismo, é, sim, a falta de recursos materiais destinados à área. Sob o sistema econômico em vigor no país, é delirante acreditar que professores mal pagos vão ensinar bem.

O vereador Renato Cinco (Psol/RJ) pediu para que sua assessoria calculasse quanto custa o aluno do Colégio Pedro II e quanto custa o aluno da Rede Municipal de Ensino do Rio. Em 2013, o aluno do CPII custou R$ 16.069,33 enquanto o da Rede Municipal apenas R$ 5.105,67. Para que o montante seja equivalente é necessário o aumento de 215% do orçamento da Secretaria Municipal de Educação.


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A escola do MST

É sempre bom viajar, ainda que não se mova um centímetro para isso. Além de lugares do absurdo, do impossível, da loucura, do onírico, da fantasia e do surreal, a imaginação também conduz a realidades mais tangíveis, como a do socialismo – a do amor, em sua tradução política, apesar das lamentáveis ressignificações que a palavra sofre ao gosto do freguês.
No último sábado, porém, meu veículo de locomoção não foi só a mente. O imaginário se encontrou com um exato ponto de cruzamento entre latitude e longitude geográficas a uma hora da rodoviária do Tietê: visitei a Escola Nacional Florestan Fernandes.
Mantida por mim e mais algumas centenas de amigos por meio de doações, a Escola é empreendimento do maior movimento social do Brasil, o MST, e atua na formação política de diversos ativistas do país e do mundo.

 
 
 
 
 
 



 Motivo suficiente para continuar acreditando no tempo em que o mundo dos sonhos e o mundo real vão ocupar integralmente o mesmo lugar.