A presença do outro me serve como exata medida da minha solidão. De que nenhum outro corpo que esteja ao meu lado, ou até mesmo dentro de mim, pode se fundir ao meu. Porque o meu corpo repulsa as partes estranhas, por mais amadas que possam ser. O meu corpo é infinito, mas é infinito dentro do meu ser e das suas próprias formas. Nada mais e nada menos do que isso. O verdadeiro amor, imagino, deve ser quando dois corpos distintos se unem harmonicamente, e tão harmonicamente se separam, sem que nenhum dos dois se sinta vazio ao se separar, mas, sim, fortalecido e revitalizado. Saber-se só é compreender que não somos seres amputados e, por isso, não vivemos para buscar no outro um membro que nos falta. O outro é interação, é troca, é afeto. O amor capenga é puro desgaste, perda de energia, sofrimento vão. Tudo o que mais necessito eu devo buscar dentro de mim. E, se buscar, certamente encontrarei. E serei plena, completa, feliz por vivenciar o verdadeiro amor. Que não castra, não acorrenta e não degrada porque é a própria força vital que nos alimenta.
quinta-feira, 24 de julho de 2014
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Transformaram bom senso em utopia
Queria dizer algo sobre o míssil que derrubou o Boeing na
Ucrânia. Sobre a demolição de um hospital em Gaza. Sobre a escalada da ciência
da vigilância. Sobre a seca que se agrava em SP. E sobre a espessura do
quelóide espiritual da minha geração.
Sobre as evidências de que a mudança climática será pior
do que se previa, pesquisas que ninguém lê enquanto conselhos de segurança e
comitês internacionais se apressam para rufar tambores de guerra nos escombros
da cortina de ferro.
Mas são apenas
exemplos, casos anedóticos de algo mais sério.
De uma dissonância
tão grande que conseguimos o impensável: transformar o bom senso em uma utopia.
E é exatamente por isso que a civilização está em vias de implodir.
Nunca foi tão
urgente um choque de percepção. Uma radical mudança de ponto de vista. Um
abandono de velhos mitos, empregos e autoridades. Uma expansão de perspectiva,
revisão de expectativas e propósitos. E aqui, em uma nota bem pessoal, torço
demais pela retomada da cultura, do pensamento, do legado psicodélico em grande
escala. Por um motivo bem simples: nunca foi tão necessário dar uma dimensão
emocional às coisas que, intelectualmente, já sabemos.
Bruno Torturra
Mas são apenas exemplos, casos
anedóticos de algo mais sério.De uma dissonância tão grande
que conseguimos o impensável: transformar o bom senso em uma utopia. E é
exatamente por isso que a civilização está em vias de implodir. Nunca foi tão urgente um choque
de percepção. Uma radical mudança de ponto de vista. Um abandono de velhos
mitos, empregos e autoridades. Uma expansão de perspectiva, revisão de
expectativas e propósitos. E aqui, em uma nota bem pessoal, torço demais pela
retomada da cultura, do pensamento, do legado psicodélico em grande escala. Por
um motivo bem simples: nunca foi tão necessário dar uma dimensão emocional às
coisas que, intelectualmente, já sabemos.Mas são apenas exemplos, casos
anedóticos de algo mais sério.De uma dissonância tão grande
que conseguimos o impensável: transformar o bom senso em uma utopia. E é
exatamente por isso que a civilização está em vias de implodir. Nunca foi tão urgente um choque
de percepção. Uma radical mudança de ponto de vista. Um abandono de velhos
mitos, empregos e autoridades. Uma expansão de perspectiva, revisão de
expectativas e propósitos. E aqui, em uma nota bem pessoal, torço demais pela
retomada da cultura, do pensamento, do legado psicodélico em grande escala. Por
um motivo bem simples: nunca foi tão necessário dar uma dimensão emocional às
coisas q
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Por uma agenda sobre a mídia nessas eleições
Por uma agenda sobre a mídia nessas
eleições
Por Daniel Iliescu e Theófilo Rodrigues
Se há um tema fundamental para a
democracia que ainda não conseguiu sair do âmbito da sociedade civil subalterna
para alcançar de forma plena o conjunto da esfera pública e em seguida o
Estado, esse tema é o da democratização da informação.
Não obstante seja tema muito
presente na academia – poderíamos citar alguns nomes como Adilson Cabral,
Dennis de Oliveira, Dênis de Moraes, Gilson Caroni Filho, Ivana Bentes, Lalo
Leal, Marcos Dantas, entre tantos outros – como também na sociedade civil –
mais de uma centena de organizações estão associadas ao FNDC – a democratização
da informação ainda não ocupou espaço privilegiado de debate nos parlamentos e
nos governos. Mas como fazer para o debate chegar até lá de forma decisiva?
Neste ano teremos nas eleições 11
candidatos à presidência, 171 candidatos aos governos estaduais, 180 candidatos
ao Senado, 6.599 candidatos a deputado federal, 15.923 candidatos a deputado
estadual e 997 candidatos a deputado distrital.
Ao todo serão 23.881 lideranças que nos próximos 3 meses buscarão votos
e conversarão sobre política com eleitores de todo o Brasil. Impõe-se para a
sociedade civil a árdua tarefa de pautar todos esses candidatos para que
incorporem em suas plataformas de campanha o tema da democratização da mídia.
Claro também que não há de sermos
ingênuos. Sabemos que muitos dos candidatos possuem relações íntimas com
grandes empresas de comunicação e que alguns são inclusive donos ilegais de
concessões públicas de rádios e televisão. Contudo, há milhares de outros
candidatos que não possuem esse compromisso com a manutenção oligopólica do
sistema de informação e que podem incorporar a pauta da democratização da mídia
em suas plataformas.
Uma agenda da democratização da
mídia precisa necessariamente debater a redistribuição das verbas oficiais de
publicidade dos governos municipais, estaduais e federal. Esses recursos que
são majoritariamente destinados aos grandes meios de comunicação precisam ser
destinados também para a blogosfera, para rádios e TVs comunitárias, para
jornais de bairro e de cidades do interior.
Essa agenda precisa incorporar o
tema do fim da propriedade cruzada dos meios de comunicação, artifício pelo
qual é mantido o oligopólio midiático no Brasil. Os Estados Unidos e alguns
países da Europa, por exemplo, proíbem que uma mesma empresa seja dona de
rádio, televisão e jornal em uma mesma cidade. Infelizmente por aqui a
legislação ainda permite esse tipo de estrutura econômica.
A agenda política sobre a mídia
também precisa tratar do tema do Direito de Antena aos movimentos sociais. Em
Portugal e em outros países as organizações da sociedade civil possuem um
direito de espaço gratuito em rádios e canais de televisão para expressarem
suas opiniões. No Brasil, o Direito de Antena é garantido somente aos Partidos
Políticos. Faz-se necessário, portanto, alteramos nossa legislação para
permitirmos que movimentos sociais também tenham esse direito.
Embora cumpram papel fundamental
para o direito à informação e ao entretenimento da população mais carente, as
rádios comunitárias são os veículos mais perseguidos de nossa sociedade. Uma
agenda eleitoral sobre a mídia precisa assegurar que a ANATEL, como principal
agência de regulação do setor, fomente de forma estrutural e jurídica as rádios
comunitárias existentes, sem a atual criminalização seletiva dos comunicadores
populares. Governos municipais, estaduais e federal precisam agir no mesmo
sentido com políticas públicas voltadas para esses veículos.
No que diz respeito ao novo mundo
da internet a plataforma dos candidatos precisa considerar duas dimensões. Em
primeiro lugar, a internet banda larga de baixo custo e de qualidade precisa
ser realidade para toda a população do país, seja no interior, seja no campo,
seja nas periferias. Para isso faz-se necessário o investimento em uma Telebras
forte que seja capaz de realizar aquilo que o mercado jamais fará. Mas, além do
governo federal, prefeituras e governos estaduais também têm suas
responsabilidades com essa universalização da internet. Em segundo lugar, o
parlamento precisa garantir que a internet seja de fato um espaço democrático.
A aprovação do Marco Civil da Internet no Congresso Nacional foi uma das mais
importantes conquistas da democratização dos meios de comunicação nos últimos
anos. Nosso país tornou-se protagonista mundial do tema com sua aprovação.
Contudo, um novo embate político inicia-se com a necessidade de regulamentação
do Marco Civil. Os candidatos precisam estar atentos ao tema.
Enfim, a agenda política
necessária sobre a mídia já vem sendo formulada de forma qualitativa há anos
por um leque amplo da sociedade civil. Precisamos agora garantir que essa
agenda entre definitivamente na plataforma dos candidatos nessas eleições e que
não passe apenas de mais uma promessa a ser esquecida.
*
Daniel Iliescu é cientista social
pela UFRJ, ex-presidente da UNE e candidato a deputado estadual pelo PCdoB no
Rio de Janeiro.
Theófilo Rodrigues é Mestre em
Ciência Política pela UFF, Doutorando em Ciências Sociais pela PUC-Rio e
coordenador do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Holocausto agora
Não é de antes da civilização. Não é da era pré-industrial. Não é na década de 1940. Massacre que Israel (e Estados Unidos) realiza neste minuto ao povo palestino faz parte da contínua, torpe, fria e pura crueldade mesmo. Quem fica em silêncio, em cima do muro, não quer saber e/ou é capitalista: é cúmplice.
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