sábado, 8 de março de 2014

Um dia merecido: porque nascer menina é a maior causa de exclusão do século 21



"Quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede." Rosa Luxemburgo.

"Não acredito que existam qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos: seria admitir a existência de uma natureza feminina, quer dizer, aderir a um mito inventado pelos homens para prender as mulheres na sua condição de oprimidas. Não se trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de tornarem-se seres humanos na sua integridade." Simone de Beavoir.

Todo 8 de março, Dia Internacional da Mulher, já sei que vou ouvir o mesmo blá-blá-blá dos que, até de boa-fé, mas com um grau de hipocrisia e/ou estupidez elevadíssimo, não concordam com a data, dos que só nos mimam sem a menor compreensão do que o marco significa – e sem se preocupar em compreender –, dos que reiteram o machismo fechando os olhos para o grave problema da desigualdade de gênero.

De fato, a maior causa de exclusão do século 21 é nascer menina. Pensa que é exagero? Seja você um ser humano pobre, gordo, negro, deficiente físico ou feio, não importa, será sempre pior se você for mulher. Seria até despiciendo dizer, mas é claro que é uma comparação entre gêneros nas mesmas condições. Essa constatação é vociferada pela ONU, mas passa despercebida para a maioria das pessoas. A "invisibilidade" da cruel diferença de tratamento direcionada às mulheres do mundo todo é sintoma da exclusão imposta culturalmente às mulheres. A par dessa "invisibilidade", os números evidenciam um quadro deprimente de violência contra a mulher, considerada na expressão todo tipo de violência, inclusive a simbólica.

Portanto, a data de hoje é, sim, de importância capital. Neste 8 de março, saúdo quem, como eu, sobrevive à maior causa de exclusão do século. Também dou os parabéns aos homens que, enxergando isso, ao menos tentam honestamente não compactuar com o modus operandi social herdeiro do patriarcado. Nossa luta não será em vão. Vamos derrubar as referências estigmatizadas de masculino e feminino, pôr fim à cultura da opressão e da exploração, acabar com a mercantilização de nossas vidas.


Um dia.

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