sábado, 24 de agosto de 2013

Somos espelhos e mais

"Ser ou não ser, eis a questão." (Shakespeare)
Questão, do verbo latino que quer dizer buscar.
"Fazer de si mesmo uma grande questão" é recomendação desde Santo Agostinho.



"Algumas pessoas te amarão e não será porque você é engraçado, será porque elas precisam rir. Algumas pessoas vão te odiar e não será porque você é arrogante, será porque você se parece com os pais delas. As pessoas não odeiam você por quem você é, elas odeiam a parte delas que você reflete. As pessoas vão te amar, as pessoas vão te odiar, e nada disso terá nada a ver com você".
(Esther & Jerry Hicks)

"Quando Pedro fala de Paulo, eu sei mais de Pedro do que de Paulo". (Freud)

"Quando alguém te faz sofrer, é porque essa pessoa sofre profundamente dentro dela mesma, e o sofrimento está transbordando". (Thich Nhat Hanh)

E transmitimos. 

E também refletimos como espelhos.

"Enquanto você tiver uma imagem de si mesmo, você não terá nenhuma relação com o outro. A questão é: a imagem é formada só por condicionamento? Por certo, ela é fruto do pensamento, que a produz como um "atalho" ou paliativo para gestar a sensação de quem se é, em que espaço se está. Esse mecanismo do pensamento de formar imagens sobre si e sobre os outros impede que se experimente o amor, a relação com as pessoas. Tem-se apenas uma relação fantasiosa. Desse modo, como está agora, não existe amor no mundo, o sentimento verdadeiro de se importar com o próximo. Então, pode essa produção de imagem parar definitivamente? Preencher, preencher... essa é a essência da imagem (Krishnamurti).

"O desejo de o povo buscar uma exteriorização de sua própria imagem num meio de comunicação, ligado mais à imagem, principalmente da televisão, é um fenômeno criado a partir de um vácuo das sociedades pós-industriais que, desde a revolução industrial na Inglaterra, despertou no ser humano uma necessidade de se exteriorizar, se autoprojetar. Hoje, buscando no infinito do mundo das novas tecnologias, essa necessidade se intensifica como forma de recuperar a capacidade lúdica enlatada pela fabricação em massa e em série dos comportamentos herdados por essa nova fase robótica e capitalista retórica." (Cristiane Neder)

Ego. Rótulos. E sempre fomos o que disseram que éramos.

Agora chega. Vamos nós próprios nos dizer quem somos? Passa da hora: ontologiemo-nos.

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