sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Boa sexta

Bruno Torturra: neste meu bloguinho, neste cantinho da internet que provavelmente você nunca verá, fica toda a minha solidariedade. Compartilho aqui seu texto publicado hoje:
 
DESCULPE A MINHA CARTA
 
Ando, e avisei que estaria, distante do Facebook. Além de muito trabalho a ser feito, mais do que me é possível, prefiro não me implicar emocionalmente em uma discussão que me parece ainda longe de ser racional, suficientemente informada e produtiva sobre a Mídia Ninja.

Mas hoje, com a publicação do texto da Carta Capital, ficou impossível ignorar o assunto. Ou não me implicar emocionalmente. Foi um amigo de longa data que escreveu.

Eu poderia dar uma resposta. Rebater as mentiras e as injustiças que ele escreveu a meu respeito. Entupir um texto de exemplos arbitrários e enviezados de nossa vida pessoal para descredibilizá-lo. Mas prefiro usar a oportunidade para dizer algo que me tranquiliza nesse furação todo.

Descobri que enquanto a agressão é pública, a solidariedade é privada. Melhor assim. E há uma lição poderosa nisso.

Estou passando por uma crise difícil, mas muito didática. Me obrigando a examinar com muito cuidado os princípios, as intenções que me fizeram praticamente largar minha estável carreira privada para arriscar uma vida mais pública e, na medida do possível, mais coletivista.

Nesse processo de recolhimento, reflexão e muita conversa, cada vez mais encontro conforto e propósito na essência da minha formação política. Confesso... as experiências psicodélicas.

Foi com o LSD, a ayahuasca, os cogumelos, a mescalina e sobretudo com o amor dos amigos que seguiram juntos nessa exploração que aprendi certas coisas:

- Não vemos o mundo como ele é, mas como nós somos. Tão clichê quanto real. Nossas ações e ideologias são frutos disso. A atenção e a transformação do mundo pressupõe atenção e transformação internas. Constante.

- É preciso oferecer mais do que se demanda. Dar mais do se pede em troca. Construir mais do que destruir. Essa é a única conta que realmente interessa na esfera pública e no caminho espiritual. Para mim, é a chave da evolução pessoal e coletiva.

- Não há porque sentir raiva, não há porque dar o troco. Não há prato algum para se comer frio. Essa talvez seja a mais difícil de recordar em momentos como esse. Mas o verdadeiro carma é instantâneo: o agressor já está punido sendo quem ele é. E, por isso, nesse caso, sigo me considerando seu amigo e de sua ótima família.

Dito isso, bola pra frente. As únicas coisas que tento levar para o lado pessoal são o carinho e o apoio de tanta gente que, por trás desse nevoeiro, entende o que está em jogo. Não me deixa sozinho.

E me fazem entender, cada vez mais, que honestidade, amizade, confiança, generosidade, trabalho e elegância não são apenas mais importantes do que mídia e política. Deveriam também ser a base dela.

Boa sexta.

Um comentário:

  1. bloguinho?

    leitura diária mocinha :)

    Noticias e bons sentimentos devem ser propagados ao universo, a maldade anda sempre aqui por perto, então sabe como é.

    Boa sexta para nós :*

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