quarta-feira, 12 de junho de 2013

Massas ovelhas...



"Protesto é quando eu digo que algo me incomoda. Resistência é quando eu me asseguro que aquilo que me incomoda nunca mais acontecerá (...) Os estudantes não estão se revoltando, eles estão exercendo resistência. Pedras voaram, os vidros das janelas foram quebrados (...) a fronteira entre o protesto verbal e a resistência física foi cruzada, pela primeira vez em grande escala: por muitos, e não apenas indivíduos isolados, por dias, e não apenas uma vez, em todo lugar , e não apenas na capital, de verdade, não apenas simbolicamente (...) Seria tudo apenas uma escalada terrorista apolítica, violenta, impotente, sem sentido? Que seja dito: aqueles aqui que, a partir de posições de poder político, condenam quem atira pedras e colocam fogo, mas não condenam a manipulação da imprensa fascista, nem as bombas caindo no Vietnã, nem o terror na Pérsia, e não falam da tortura na África do Sul, em vez disso espalham meias-verdades sobre os estudantes, a sua participação em nome da não-violência é hipócrita, eles têm um duplo padrão, eles querem precisamente o que os que foram às ruas - com e sem pedras em nossos bolsos - não querem: a política como destino, massas ovelhas, como uma oposição impotente que não perturba nada nem ninguém (...) e quando as coisas ficam sérias, o [a proclamação de um] estado de emergência.(...) Eles estão perdendo tanto a política quanto a justificação moral para reclamar do desejo de resistir dos estudantes".

Poderia ser dos dias de hoje, mas é de Maio de 1968.

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