Poder é a capacidade de submeter a
vontade alheia à vontade própria. Não existe sociedade sem poder e, já
que não tem jeito, a democracia é encarada como um modelo mais adequado à
satisfação das liberdades individuais. Em tese, as democracias republicanas atribuem
ao povo a “propriedade” do poder, mas a posse, de fato, só é resgatada por ele episodicamente.
A política é uma luta pelo poder
e, admitida a necessidade do Estado para a sociedade se organizar, a política
acaba sendo uma luta pela participação no âmbito estatal, de onde emanam as
regras que pautam toda a sociedade. Essa participação nada mais é do que uma ocupação
desse espaço institucional. Hannah Arendt nos diz: o sentido da
política é a liberdade. Quando você vira as costas para a política, ela será
oportunamente ocupada por alguém cujos interesses podem te escravizar em um
sistema de lógica perversa. A única saída é participar e, para isso, é
necessário fiscalizar.
Transparência para os poderosos e privacidade para os fracos
Transparência para os poderosos e
privacidade para os fracos é o grande lema dos cypherphunks, ativistas que defendem o uso da criptografia e de
métodos similares para provocar mudanças sociais e políticas.
Publicado quando se completaram
778 dias da prisão de Julian Assange e após 228 anos da idealização do
panóptico por Jeremy Bentham, o livro que estou lendo agora Cypherpunks: liberdade e o futuro da
internet, de Julian Assange, Jacob Appelbaum, Andy Müller-Maguhn e Jéremie
Zimmermann, tem por base uma conversa entre os quatro autores. Prestar atenção
na mensagem deles me parece obrigatório para quem se preocupa com a tal da liberdade,
vê só alguns trechos:
“Este livro não é um manifesto.
Não há tempo para isso. Este livro é um alerta. O mundo não está deslizando,
mas avançando a passos largos na direção de uma nova distopia transnacional.
Esse fato não tem sido reconhecido de maneira adequada fora dos círculos de
segurança nacional. Antes, tem sido encoberto pelo sigilo, pela complexidade e
pela escala. A internet, nossa maior ferramenta de emancipação, está sendo
transformada no mais perigoso facilitador do totalitarismo que já vimos. A
internet é uma ameaça à civilização humana.”
“O universo acredita na criptografia. É mais fácil criptografar informações do que descriptografá-las. Notamos que seria possível utilizar essa estranha propriedade para criar as leis de um novo mundo. (...) E, assim, declarar a independência.”
“As lições da Guerra Fria não devem ser esquecidas ou a história se repetirá”.
“O universo acredita na criptografia. É mais fácil criptografar informações do que descriptografá-las. Notamos que seria possível utilizar essa estranha propriedade para criar as leis de um novo mundo. (...) E, assim, declarar a independência.”
“As lições da Guerra Fria não devem ser esquecidas ou a história se repetirá”.
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